Eu tinha 13 ou 14 anos e, na volta do colégio para casa, eu tive uma ideia para uma história. Envolvia uma Terceira Guerra Mundial, uma cidade isolada e escondida e um romance adolescente. Eu nunca terminei a história, mas a ideia dela se transformou no conto "Nébula" do Ruído.

Metro 2033, O Colecionador, Clube da Luta e O Chamado de Cthulhu e Outros Contos em nenhuma ordem particular.
Clube da Luta foi muito importante para eu me "libertar" como escritor. Não fosse Chuck Palahniuk, eu poderia nunca ter terminado (ou sequer começado) Marvin.

Criar um mundo totalmente novo. Talvez viver uma vida nesse mundo por um tempo. Cuidar de seus habitantes. Às vezes machucá-los.
Você é o deus desse mundo, mas você não o controla totalmente. Quando certas coisas começam a tomar forma, elas passam a caminhar por elas mesmas. Personagens pensam por si mesmos, não você por eles. E, quando você finalmente consegue se despedir, aquele mundo que você criou continua existindo, mesmo você não estando mais lá.

Se você quer dizer Marvin...
Marvin é, por enquanto, o suprassumo da minha expressão artística. Envolve vontades, medos, sonhos, experiências e questionamentos que fazem parte de quem eu sou. O conflito corpo-a-corpo é, para mim, um dos maiores meios de libertação e expressão humana.

Se você quer dizer Ruído...
Ruído começou com um garoto chegando em casa com sono. Esse garoto viu um guarda de trânsito coordenado um cruzamento e se questionou: "quando é que esse cara tem tempo para pensar?". O que resultou disso foi o texto "I I I"; o primeiro de vários textos curtos que viriam em seguida, durante cerca de dois anos.

Papéis. Anotações. Mais papéis. Um copo de bebida vazio. Talvez uma garrafa de vinho pela metade.
Ideias, rabiscos, provas antigas, documentos, lembretes, pendrives, revistas, livros...
E mais papéis.

Fome. Ou vontade de ficar com fome.
Na verdade, acho que a ideia e a vontade de um dia poder acordar num trailer, com uma paisagem distante pela janela e uma pilha de papéis esperando ser transformada em livros.